Hospital Regional Público de Castanhal instala rede em leito clínico para paciente indígena que não conseguia dormir em cama

O Hospital Regional Público de Castanhal (HRPC) recebeu no sábado, 2 de julho,  a admissão de um paciente muito especial e que requer um tratamento que respeitasse a sua cultura, pautado na humanização desse cuidado. O usuário é o indígena Manoel Moreira Tembé, de 80 anos, que ficou internado 8 dias no hospital. Manoel não conseguiu adaptar-se ao leito em formato de cama e, por isso, não estava conseguindo dormir bem. Ao ver essa necessidade, a equipe do HRPC mobilizou-se para providenciar uma rede ao paciente, para promover um atendimento mais acolhedor e humanizado.

A rede foi um sucesso e, após a instalação, o paciente passou a dormir muito melhor e aceitou com mais facilidade o tratamento oferecido. Seu filho, Martin Tembé, conta que o pai parou de pedir para ir embora e que estava mais feliz. “Ele antes não queria ficar aqui, é muito difícil para ele estar longe da nossa aldeia e de nossos costumes, então estava sendo bem estressante esse período. Depois que essa rede chegou, ele parou de reclamar e já tá bem mais feliz”, relatou.

A alimentação também foi mudada, para melhor atender as necessidades do paciente. Com a autorização da equipe médica e nutricional, o açaí e o peixe foram adicionados nas refeições de Manoel, além da liberação de pequenas quantidades de farinha d’água, alimento típico da região.

“Respeitar as diferenças é uma forma de humanizar o atendimento médico e de  fornecer um tratamento mais benéfico para o paciente. Pautado nisso, entendemos que cada usuário precisa de um cuidado específico. O nosso paciente indígena precisa ainda mais dessa atenção, por isso, as equipes todas se envolveram para criar um ambiente mais confortável possível”, falou Júlio Garcia, diretor geral do HRPC.

a última quinta-feira, 7 de julho, a técnica da Coordenação Estadual de Saúde Indígena e Populações Tradicionais da Sespa, Putira Sacuena, o apoiador técnico de saúde indígena do  Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Guamá Tocantins, Jorge Tembe – que também é sobrinho do paciente internado, e Lucivânia Cruz, enfermeira da Divisão de Atenção à Saúde Indígena do DSEI Guamá Tocantins, visitaram o hospital e levaram, como forma de agradecimento pelo tratamento oferecido, uma flecha da aldeia Tembé. 

O HRPC está preparado para oferecer um atendimento especializado para os indígenas e seus familiares.

Por Débora Barbosa
Ascom Aselc – HRPC